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Associação Agrícola da Ilha das Flores



Quarta-feira, 11.06.14

A cultura do milho forrageiro

A cultura do milho forrageiro tem uma grande importância nas explorações bovinas, em especial nas explorações leiteiras, pois esta é uma matéria-prima com características de excelência para ensilagem e ainda por apresentar um ótimo índice de digestibilidade e palatibilidade para os bovinos. Assim, dado que o milho forrageiro é uma cultura que apresenta um teor energético por hectare superior a outras espécies forrageiras, verifica-se, que esta cultura é um recurso fundamental nas explorações bovinas.

O planeamento da cultura é essencial para uma produção eficiente, e fatores como a época de corte (em função da matéria seca), processo de ensilagem, a escolha do híbrido, a mobilização do solo, a fertilização e a proteção da cultura são importantes para se obter sucesso na produção. Pois o planeamento dependerá dos fatores acima mencionados, bem como do conhecimento acerca das características e as exigências edafo-climáticas da cultura, para assim se atingir os objetivos pretendidos, nomeadamente:

  • Produção máxima por hectare com melhor qualidade possível, para isso, o produtor deve ter em conta que é necessário produzir para se obter o máximo de matéria seca e energia, o que só é possível quando existe um bom índice entre planta e maçaroca, o qual é influenciado pelo momento certo de corte.
  • Em exigências edafo-climáticas, o milho é uma planta que requer calor e humidade, produzindo bem em zonas com uma distribuição de chuvas ao longo do seu ciclo, onde as temperaturas médias diárias são acima dos 19 ºC e a temperatura do solo superior a 10 ºC, sobretudo na época de germinação e emergência das plântulas. As maiores necessidades em água ocorrem durante a germinação, florescimento e enchimento dos grãos. Se verificar défices hídrico, de temperatura e/ou nutritivo próximo e durante o período de desenvolvimento da bandeira do milho, poderá verificar-se elevadas perdas de produção.

Quanto ao solo, a cultura adapta-se a diversos tipos, desde que estes sejam bem drenados. Assim solos arenosos proporcionam maior precocidade, mas os solos franco-argilosos têm maior poder de retenção de água. O milho requer solos de boa estrutura, sobretudo na altura de crescimento radicular, pois um enraizamento pouco profundo e denso verificar-se consequentemente nas plantas, dado que será mais difícil destas obterem nutrientes e água. Esta também é uma cultura exigente em nutrientes, dai o solo ter de ser bastante fértil. O pH do solo deve situar entre 6,0 e 7,0, mas a cultura tolera um pH entre 5,5 e os 7,5. O milho é uma cultura moderadamente tolerante à salinidade.

  • A seleção da variedade deverá ter em conta a quantidade e a qualidade. As variedades de milho para forragem deverão possuir bom rendimento produtivo, bons índices energéticos, e uma boa digestibilidade. E apesar do potencial produtivo das variedades, a escolha deve começar por identificar qual a variedade que melhor adaptação tem à zona de cultivo, nomeadamente no que se refere à maturidade, resistência a doenças, insetos e tolerância ao stress hídrico.
  • A mobilização do solo tem como finalidade melhorar as condições de germinação, emergência e estabelecimento das plântulas, proporcionando uma boa penetração da água, reduzindo as perdas por escoamento e erosão. Assim a mobilização do solo passa por duas fases, onde a primeira é realizada uma operação grosseira, onde se pode recorrer ao uso de alfaias como charruas, fresas, escarificadores e subsoladores; e a segunda fase, onde é realizada uma ação de nivelamento do terreno com ajuda de grades ou rolos.
  • A densidade da sementeira, em termos gerais esta é determinada pelo ciclo da variedade (FAO), verificando-se melhor tolerância a uma maior densidade nas variedades de ciclo mais curto, em relação às variedades de ciclo mais longo. Isto resulta porque as de ciclo menor apresentam plantas de menor estatura e massa vegetativa, o que origina um menor ensombramento, diminuindo o espaço necessário entre plantas.
  • A profundidade da sementeira é condicionada pela temperatura, humidade e tipo de solo. Em solos pesados e com temperatura baixa, a sementeira deve ser realizada mais à superfície, 3 a 5 cm. Nos solos mais leves e arenosos, a profundidade pode ser maior, 5 a 8 cm, beneficiando melhor do teor de humidade do solo.
  • A velocidade de sementeira deve ser ajustada (±5 km/h), diminuindo a probabilidade de se verificar uma emergência pouco homogénea.
  • Quanto às necessidades nutritivas e fertilização, a cultura do milho necessita de grandes quantidades de nutrientes, resultando e em recomendações substanciais de fertilizantes. No plano de fertilização deve ter em conta as culturas anteriores, maneio da exploração, a aplicação de chorumes ou estrumes, pois tendo conhecimento das contribuições nutritivas provenientes das culturas anteriores e outras fontes nutritivas da fertilidade do solo, evita-se a aplicação em excessiva de fertilizantes. A análise da terra também é uma ferramenta que ajuda a completar uma correta gestão dos nutrientes a aplicar na adubação.

Um bom plano de fertilidade do solo pode melhorar a qualidade da forragem, pois a o teor proteico do milho é diretamente proporcional à disponibilidade de azoto para a cultura.

Na fase inicial de crescimento das plantas, as necessidades nutritivas são reduzidas, contudo altas concentrações de nutrientes proporciona um bom desenvolvimento da planta bem como influencia o tamanho final das folhas, da espiga e de outras partes da planta. Em fases mais avançadas, a quantidade de nutrientes requerida é em maior porção, as quais deverão estar presentes na humidade do solo para assim facilitara a sua absorção por parte das raízes, sendo a incorporação destes nutrientes no solo a forma mais eficiente para satisfazer as necessidades das plantas em fase avançada de crescimento.

A absorção do potássio termina após o surgimento das barbas do milho, continuando a absorção do azoto e do fósforo. Por norma, alguma porção do potássio é transferido de outras partes da planta para o grão, nesta fase de crescimento mais avançada. A transferência de azoto e fósforo para o grão pode causar graves carências nas folhas, podendo ocorrer a morte prematura destas.

  • O planeamento da proteção da cultura deve ter sido em conta, porque uma ocorrência de infestantes poderá provocar uma quebra na produção, na digestibilidade, palatibilidade. A eliminação eficiente das infestantes impedirá a multiplicação de doenças e/ou pragas na cultura, e evitando que se desenvolvam no final do ciclo produtivo, não dificultando assim a colheita, nem alterando a qualidade da silagem. A realização de práticas agrícolas corretas, como rotação de culturas e preparação do solo, auxilia, por norma, o controlo das infestantes. O plano de controlo de infestantes envolve um determinado grau de conhecimento técnicos, nomeadamente os herbicidas a aplicar e a dosagem em função das infestantes presentes, bem como fase de desenvolvimento da cultura e as condições climáticas.

 

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por Associação Agrícola da Ilha das Flores às 12:42

Terça-feira, 03.06.14

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